17/06/2012

Primeiros passos do rap nos anos 10



Pensava eu cá com  meus botões sobre a música desse início de década, especialmente a brasileira, e percebi a grande força que tem tido o rap e o hip-hop. Resolvi então traçar algumas linhas meramente impressionistas sobre essa proeminência. Vejamos.
Tudo bem, o rap já tinha bastante força e expressão há algum tempo atrás, mesmo antes do boom dos Racionais MCs, quando chegaram a vencer o prêmio mais importante do VMB da MTV com o clipe de "Diário de um detento". Entretanto, parecia ainda haver certa relutância de ouvintes mais tradicionais (para não dizer puritanos) ao gênero. Lembro-me de muitas vezes ouvir coisas do tipo "rap só tem letra, não é música" ou ainda "rap é coisa de maloqueiro, só fala sobre o negro e a violência da favela". Preconceitos destas falas à parte, observemos que os rappers da virada de milênio realmente não podiam ser vistos como excelentes cantores; alguns nem como cantores, fato que fazia com que a batida repetitiva característica se demonstrasse insuficiente para paladares ditos mais abertos. Por outro lado, o eixo temático erguido nas letras dos principais nomes do gênero abriu portas para uma relação mais ampla entre a arte e seus aspectos sociológicos. Percebamos que não raro rappers trabalham em parcerias com ONGs e fazem ações beneficentes ou de conscientizção das pessoas acerca dos problemas de nossa contemporaneidade, o que de certa forma engrandecia e legitimava seus artistas, convidando os ouvintes tanto a apreciar quanto a mobilizar-se em favor do discurso do rap. Música e atitude se casavam, mas ainda parecia que algo faltava, parecendo ter sido encontrado com Em busca da batida perfeita, de Marcelo D2, fato que comentarmos na parte 2 deste ensaio. Até lá.



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