"Ascensão e queda": romance de estreia!

Saiba como adquirir seu exemplar.

Contos de Wander Shirukaya

Para aqueles que querem conferir o que tenho escrito, dêem uma olhada aqui!

Tergiverso

Sensualidade em forma e conteúdo aguardando sua visita.

O híbrido e a arte

Animes, cinema e literatura

Procurando entrevistas?

Amanda Reznor, André Ricardo aguiar, Betomenezes... Confira estes e tantos mais entrevistados por Wander.

24/02/2012

Livro II; Cap. I: Chegando a Parn - a travessia da ponte.

Eis que Dankill, o bárbaro, Zephir, o mago, Gimli, o guerreiro, Legolas, o ranger, Milo, o ladrão e Kittie, a misteriosa clériga, dando o amigo hildegard como morto pela demora, se deparam com uma grande ponte de pedra, cujo final estava ocultado por uma forte neblina. Havia a seu lado também uma pequena placa, indicando que os aventureiros estavam na entrada da tão desejada Vila Parn e que pensassem bem sobre o que desejassem dali em diante. 
- Então finalmente vamos descobrir o que há de tão obscuro nesta bendita vila!
Enquanto Zephir falava, Dankill e os demais já seguiam caminho, desaparecendo na neblina. Caminhavam já há algum tempo quando foram então surpreendidos por um espectro.
- Pelos deuses, um dragão fantasma!
Todos sacaram suas armas, Zephir, que corria um pouco atrás, ao avistar a criaturaentre o nevoeiro, pede para que todos abram espaço:
- Amigos, abaixem-se! Vou fulminar essa besta com uma bola de fogo!
Neste exato momento, o elfo percebe que suas palávras mágicas não surtiram efeito algum. Gimli rodopia seu machado sobre a criatura, também seu sucesso.
- Estamos fritos, falou legolas, parece que nesta ponte nossas armas e magias não funcionam!
Os ataques dos aventureiros em nenhum momento pareciam agredir o dragão, restando então a saída sugerida por Kittie:
- Guardem as armas e corram!
- Correr? Jamais! - falou Dankill. - É uma batalha valorosa, queria muito que Hildegard estivesse vivo pra ver isso!
Como num passe de mágica, a alguns quilômetros dali, o tufo de areiaestremeceu, dando passagema uma mão, acompanhada de uma voz abafada, vinda de sete palmos de profundidade:
- Mizera!

continua...

19/02/2012

Coletivo Zona Sul*



             Quase cinco da tarde, coletivo quase vazio, a moça se senta quase ao meu lado. Muito atraente, bem apanhada, mas tinha um nariz que denunciava fácil de onde vinha. Deve andar de ônibus à força.  Um porre. Até a combinação da roupa era incômoda, cabelos milimetricamente à moda da novela, que novela é mesmo? Ah, não interessa. É só mais uma coisa para arrancar dinheiro de pobre e fazer pessoas como aquela moça esfregar suas posses na cara dos outros. Olhava o relógio; minutos após olhava de novo e de novo, deve estar desconfortável, às vezes faço coisas desse tipo, assim, repetidas, para dizer que estou fazendo algo. Ao término da saia justa era possível ver uma pele de uma sensualidade incrível; mais sedutora ainda naquela pose, as pernas cruzadas, o olhar perdido na janela como quem não está nem aí para o resto do mundo. Melhor deixá-la quieta no seu mundinho ridículo.
            Não tardaria muito desceria do ônibus, enquanto a parada não chegava, subiu um senhor, camiseta com dizeres religiosos, uma caixinha com artigos chineses na mão. Boa tarde, irmãos, só queria um momento da sua atenção, estou aqui pra contar pra vocês o meu testemunho, que me livrou das drogas e me trouxe pra Jesus. A moça parece incomodada. Patricinha miserável! Pegou um fone de ouvido da bolsa, ligou o seu player, parecia alto. A bolsa era pequena e tinha uns adornos com frases em francês. Era francês ou russo? Tanto faz, não traduziria nem um nem outro. Incomodada, isso ela realmente estava. Deve ser atéia, ateu adora tripudiar dessas coisas. O rapaz passa por mim, tiro algumas moedas. Não, puxo uma nota que lhe valha alguma coisa a mais, entrego. A paz do senhor, irmão. Como eu previa, a branquela deixou que ele passasse, só se moveu pela freada brusca do ônibus. O homem desceu, seguimos viagem.
            A minha parada chegando, levantei logo e aguardei que o veículo parasse. Para minha surpresa, roça em mim a moça, vindo logo atrás. Olho meio assim, ela se afasta, incomodada, os fones ainda no ouvido. Mais uma freada, ela esbarra em mim. Ia lhe abrir caminho, mas ela se esgueirou, passou e desceu rápido, com indiferença, nem um pedido de desculpas ao menos.  Desci em seguida, ela segue na calçada, o vai e vem dos quadris destacando-se, salto ato. Meu telefone toca.
            Demorei um pouco falando, aproveitei para comentar com meu amigo, só você vendo, uma puta patricinha toda metidinha, chegar em casa vou escrever um texto sobre ela no meu blog. Ela vai ver... Conversamos outras bobagens e desliguei. Segui caminho, ia a uma feira de troca que estava acontecendo ali perto. Várias ações em prol da solidariedade. Chegando lá, um grupo de escritores lê contos para os presentes. Confesso que estava um pouco sem graça a coisa, chamou-me mais a atenção um grupo de crianças morrendo de rir mais ao fundo. Fui ver de perto, vamos dar um abraço no moço, gritou um palhaço entre elas. A criançada toda quase me derruba.
           — Boa tarde senhor, bem-vindo à Feira Solidária! Compra alguma lembrancinha? Você está ajudando estas criancinhas que vieram visitar a gente hoje, são do Lar Vida Feliz. Tem sacolinhas, cadernetas, tartaruguinha de porta...
            Quis pedir um daqueles itens artesanais, mas a voz não saiu; apesar da maquiagem pesada, de perto reconheci, olhei para baixo, fitei-lhe as belas pernas brancas, corei, recolhi-me à criançada sem maldade.

* conto escrito para a reunião especial do Clube do Conto na Feira Solidária de Tambaú, aos 11/02/2012. Tema: "Feira". 

16/02/2012

Sobre "Antes da segunda negra"

Vamos a mais um boletim de produção literária deste que vos fala. Em tempo: há cerca de um mês terminei a primeira escrita do meu romance de estréia, embora só Deus mesmo para saber quando publicar. Ainda no pique, está quase trerminado o segundo livro de contos, sucessor de Balelas (Mutuus, 2011). Quando estiver finalizado, dou mais detalhes, mas saibam que já estou bem próximo dessa conclusão. Antes da segunda negra traz a história de Bionda,  uma jovem de vinte e três anos que ama as raves, clubes e casas de show, apaixonada pela exacerbação sensorial que lhe causa a dança, entre outras coisas. Durante estas festas, Bionda conhece Daniel, rapaz rambém frequentador das noites, por quem se apaixona perdidamente, ao perceber que algo está errado, a moça decide dar a volta por cima. Como os leitores aqui já devem estar habituados, o conto passeia pelo fantástico deliberadamente. 
Por enquanto é só, aguardemos novas escritas. Amplexos.


14/02/2012

Lançamento de "Balelas" em Campina Grande

 
Pessoal, vejam o cartaz acima com todas as informações: estou lançando Balelas na cidade de Campina Grande - PB neste sábado. Também participarei de um bate papo sobre RPG e ficção científica, tudo como parte do III Encontro de Literatura Contemporânea, realizado pelo Núcleo Blecaute. Vamos nessa.

10/02/2012

Sobre "Coletivo Zona Sul"

Conto novo saindo! Enquanto continuo bolando novas narrativas fantásticas, fugi um pouquinho da área e escrevi Coletivo Zona Sul. O conto traz a história de um rapaz que segue dentro de um onibus quase vazio, em que se depara com uma moça que lhe incomda bastante e também parece incomodada com tudo. Observa-lhe seu comportamento até o desfecho, na sua parada, onde a viagem termina. Este texto foi feito em homenagem a todos que fizeram a Feira Solidária de Tambaú, que ainda rola até sábado, em João Pessoa, com participação minha e de toda a divertida e intrépida turma do Clube do Conto, de que também faço parte. A quem estiver por perto, apareça e prestigie a leitura deste e de muitos outros contos.



08/02/2012

Linaldo Guedes lança livro hoje

Notícia rápida: convido todo mundo que estiver em João Pessoa - PB para comparecer ao lançamento do mais novo livro do jornalista e poeta Linaldo Guedes, figurinha carimabada no cenário cultural paraibano. Estarei por lá; apareça você também! O lançamento ocorre hoje, às 20:00h, no Terraço Brasil, Cabo Branco. 

Metáforas para um duelo no Sertão de Linaldo Guedes
Editora: Patuá
Onde: Terraço Brasil
Dia: quarta-feira, dia 8 de fevereiro
Hora: 20 horas
Preço: R$ 25,00 


06/02/2012

III Encontro de Literatura Contemporanea - Campina Grande - PB


Finalmente saiu a programação do III Encontro de Literatura Contemporanea organizado pelo Núcleo Blecaute do qual fazem parte João Matias e Bruno Gaudêncio. O tema desde ano é Saudades do Futuro: a ficção científica no Brasil e no mundo.
Os membros do Caixa Baixa Roberto Menezes e Wander Shirukaya participarão de dois bate-papos e lançarão os seus livros junto com Bruno Ribeiro. Pra terminar haverá o Sarau Caixa Baixa pra agitar a noite da cidade
Os detalhes estão no site: http://novaconsciencia.com.br/
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Abaixo a programação completa:
SAUDADES DO FUTURO: A FICÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL E NO MUNDO
III ENCONTRO DE LITERATURA CONTEMPORANEA
SAUDADES DO FUTURO: A FICÇÃO CIENTÍFICA NO BRASIL E NO MUNDO
Sábado, Dia 18/02/2012, no CEDUC II (Centro de Educação da UEPB), em Campina Grande, Paraíba.
09h00 – Palestra de Abertura: “A edição e tradução de Ficção Científica no Brasil” – com o escritor Bráulio Tavares (PB) – Mediação: Bruno Gaudêncio.
10h30 – Bate-papo I- “Ficção científica: um gênero político?” – com o crítico literário Germano César (PE) e o filósofo Eustáquio Silva (PE) – Mediação: Janailson Macêdo
14h00 – Bate-papo II – “Verdades científicas em ficções imaginadas” – com o escritor e físico Roberto Menezes (PB) e o cientista Tiago Massoni (PB) – Mediação: João Matias de Oliveira.
15h15 – Lançamento dos livros: Balelas, de Wander Shirukaya (Contos, Mutuus) e Despoemas, de Roberto Menezes (Contos, Atalho)
15h30 – Bate-papo III – “Realismo fantástico, RPG e a escrita de ficção científica” – com os escritores André de Sena (PE), Wander Shirukaya (PB) e Ricardo Kelmer (SP) – Mediação: Bruno Ribeiro
16h45 – Lançamento dos livros: O Irresistível Charme da Insanidade, de Ricardo Kelmer (Romance – Editora Arte Paubrasil), Assinatura, de Valberto Cardoso (Poesia, editora idéia),
17h00 – Palestra de Encerramento – “Narrativas de realismo fantástico, de ficção científica e de teor místico/macabro no conto brasileiro recente” – com o escritor e crítico literário Rinaldo de Fernandes (PB) – Mediação: Flaw Mendes
18h15 – Relançamento dos livros: O Professor de Piano (Contos, 7letras) e o Perfume de Roberta (Contos, Garamund), de Rinaldo de Fernandes.
18h30 – Sorteio de livros e lançamento de Poluição Mental, E-book de Bruno R. R. Santos
19h00 – Sarau do Núcleo Literário Caixa Baixa no Vitrola Bar
Informações: (83) 8844.9131 / revistablecaute@gmail.com


Texto e foto extraídos do blog do CAIXA BAIXA. Fonte:  http://caixabaixa.org/2012/02/04/iii-encontro-de-literatura-contemporanea/

01/02/2012

Entrevistando Letícia Palmeira


Saudações, grandes amigos que aqui me visitam. Rolava o This is my true: tell me yours, dos Manic Street Preachers aqui enquanto, nessa levadinha light, entrevistei a grandiosa escritora e amiga Letícia Palmeira.  Falamos de mulheres, cigarras, poesia, São Paulo, Paraíba...


Wander Shirukaya- Olá, Letícia. Fale um pouquinho sobre você. Apresente-se a quem nos lê.

Letícia Palmeira - Algum tempo atrás eu costumava dizer que Letícia Palmeira era escritora. Hoje prefiro dizer que sou uma mulher, paulista de vida paraibana, alguém que adora observar capas de livros em livrarias, sou complicada na medida extrema e simples (ao mesmo tempo). Nada demais. Uma pessoa. E adoro dormir. Meu reinado pelo silêncio de um quarto escuro.

Wander - Interessante... Paulista e paraibana. Também sou meio assim. O fato de pertencer a dois lugares, digamos assim, causa algum problema?  

Letícia - Não me causa problemas. Passo por situações engraçadas. Quando converso com pessoas daqui (do Nordeste) elas estranham meu sotaque porque, segundo elas, tenho algo de estranho quando falo. E, quando converso com pessoas de outros lugares (do Sul, por exemplo) elas dizem que perdi completamente o sotaque. Bem no início, quando vim morar em João Pessoa sofri um bocado. Eu gostava de São Paulo. Combinava comigo. Mas me acostumei a viver longe. Talvez eu volte um dia. Talvez não. Quem sabe...
Wander -  Você acredita que isso tem alguma influência no que você escreve?

Letícia - Acredito que sim. Não somente pela questão de mudança de cidade. Mas por tudo que vi e pelas experiências que passei com minha família. Em São Paulo eu vi o concreto. E aqui, em João Pessoa, eu ouvia cigarras cantando no fim da tarde. Hoje está tudo muito parecido. João Pessoa se tornou gente grande. Há muito mais concreto que antes. E eu carrego isso tudo quando escrevo: o asfato da infância  e as cigarras das árvores de João Pessoa. Engraçado é que não ouço mais cigarras por aqui. 

Wander - Sendo eu já conhecedor de um pouco da sua obra, percebo também uma certa preocupação nas representações de gênero, em especial, o feminino. O que tenta passar através das mulheres de suas narrativas?

Letícia - Eu gosto de escrever a respeito de mulheres porque me vejo em cada uma delas. Gosto de sentir o que escrevo e por isso crio muitas personagens femininas. Talvez isto seja visto como uma falha de minha parte (por ser escritora e não conseguir me focar em personagens masculinos). Que seja falha. Mas, por enquanto, escreverei  mulheres. Vivo mais quando as escrevo. 

Wander - Também essa "tendência" feminina se reflete em suas influências? Que escritores te inspiram?

Letícia - Eu leio de tudo. Gosto muito do Cortázar. Mais ainda do Edgar Allan Poe. Viciada em Jane Austen. Clarice Lispector. Lygia Fagundes Telles. Mas o Bukowski é sempre a influência mais forte. Embora eu não construa poemas falando de amores e orgias e bebida, sempre que leio Bukowski sinto mais vontade de criar. E, para não fugir de minhas regras, a Virginia Woolf é o meu motivo de inveja.  Mas, na verdade, minha inspiração sempre vem do que estou lendo (no momento). E agora estou seriamente influenciada pela Katherine Mansfield. 

Wander - Legal. E quanto a música? Sempre converso com os entrevistados sobre isso. Ela influi em algo da sua escrita?

Letícia - Completamente. Não escrevo sem música. Não passo o dia sem ouvir música. Não consigo. Eu ouço rock, clássica, mpb. Ouço The Smiths e, no minuto seguinte, ouço Elis Regina. E assim passo os dias. 

Wander - Ouve música até durante o processo de escrita? Uma espécie de ritual? É comum alguns escritores terem uma prática repetida na hora de escrever...

Letícia - Eu tenho esse ritual. Sempre ouço música enquanto escrevo. E uso headphones. Paro apenas quando vou revisar. Prefiro ouvir música a ouvir a voz de meu vizinho. 

Wander - A vizinhança, sempre ela... Bom, percebo que tende mais à prosa. Não te agrada a poesia?

Letícia - Sim. Gosto de poesia. Adélia Prado, Ana Cristina César, Cummings, Fernando Pessoa e seus outros. Eu escrevo algo que não mostro para ninguém. Eu digo que é poesia. Mas, como sei que poesia não é para todos, me guardo. Gosto de escrever prosa poética. Esta é minha forma de dizer que posso, um dia, vir a trabalhar com poesia. 

Wander -  E um possível romance?

Letícia - Eu escrevi algo que tem forma de romance, tem cara de romance e muitas outras características de romance. Talvez eu o publique. Preciso revisar e só. 

Wander - Pode adiantar algo sobre ele? 

Leticia - O romance começou quando eu fazia parte de um blogue coletivo e, na pressão de publicar, comecei a história. Não pensei que fosse continuar. É bem comum. Uma mulher, uma irmã, alguns amores, muitas mentiras e um final. 

Wander - Você faz parte do CAIXA BAIXA, núcleo de jovens escritores paraibanos, junto de pessoas como eu [risos]. Fale um pouco da sua experiência neste grupo.

Letícia - Tenho pouca experiência no Caixa Baixa. Mas já percebi que se trata de um grupo de pessoas que está tentando fazer um trabalho que seja respeitado. Eu costumava fugir de grupos literários porque sempre achei que egos pudessem atrapalhar e também não gosto muito de andar em bandos. Mas mudei de ideia. Hoje gosto de fazer parte. Também participo de outro projeto. Acho válida a troca de experiências. Só não gosto da burocracia. Assinar atas e coisas do tipo. Sou meio desligada quanto a estas coisas.

Wander - Que outro projeto é esse?

Letícia - Caneta, Lente e Pincel. Eu gosto bastante. O grupo trabalha com imagens e textos inspirados nestas imagens. Às vezes perco o prazo de entrega do trabalho e esta é a única parte ruim. 

Wander - Chegando então ao final, deixe aqui uma mensagem aos leitores do blog.

Leticia - Difícil. Nem sei o que dizer. Talvez um olá, ou tchau, ou "leiam autores desconhecidos". Ou "troquem seu cachorro por uma criança pobre" e nunca acreditem em comercias de tevê. 

Wander -  Veleu [risos]. Obrigado.

Letícia - Obrigada. See you. Beijos. 

 


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