03/07/2010

Arte: a morte é o começo? (parte final)

Concluindo nossos pensamentos acerca da influência externa que a morte tem sobre a arte, o que pudemos constatar?
Ao meu ver, morte sempre esteve relacionada à idéia de renascimento. E independente de nossa visão religiosa, não nos resta dúvidas que após a morte a vida persiste, ao menos através desta prática do luto coletivo, em que alguém muitas vezes ganha propriedades especiais, muitas vezes até injustas (porque o morto não as merecia ou por ter tido reconhecimento tarde demais). Incontáveis figuras conquistaram seu lugar ao sol apenas com a morte, a idéia que temos do pesar é capaz de construir deuses e erguer templos a verdadeiras aberrações demoníacas das artes (refiro-me aos artistas de má qualidade a que somos obrigados a engolir desde tempos imemoriais). Pense a respeito disso, assim quando aquele artista morrer, analise friamente se vale a pena o luto. Não me refiro à pessoa, mas ao artista. Qualquer morte de qualquer pessoa até deve ser lamentada. Porém, não cometamos a injustiça de dar louros de eternidade em nossas mentes a quem não passou de uma farsa ou mera onda que se quebrou numa praia infestada de óleo. Pensem, meus caros. Somos cada vez mais exigentes com tudo, por que não somos assim com nossos ídolos?
Até mais.

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