24/06/2010

Sexo e violência, baby! (parte III)


Saudações a todos, aqui vamos para mais uma parte de nossa discuassão sobre a influência do sexo e da violência na arte. Se no capítulo anterior focamos nossos olhos no assunto sexo, hoje vamos para a violência.
Em minhas andanças pela internet, tive acesso ao texto do escritor Rinaldo de Fernandes (foto 1), publicado na Revista Rascunho, de Curitiba, em que este faz um apanhado de boa parte da produção de contos neste início de século, visando analisar os rumos que este tipo de narrativa tem tomado. Um importante trecho deste ensaio (leia o texto completo aqui) aponta que muitos contistas têm apostado na violência e na brutalidade, muitas vezes até gratuita, como forma de expressão. Sobre o que tenho lido tanto em livros quanto nos blogs afora, vejo que não são mesmo poucos os contistas que vêem o poder de sedução que a violência tem em relação ao leitor. Estendendo isto às demais artes, vemos que não há muita diferença, basta-nos ver que muitas vezes a violência atrai quem vai de encontro à obra, até mesmo a ponto de fazer com que nós esqueçamos do conjunto da obra. Para comprovar o que digo, basta ver, por exemplo, quantas pessoas você conhece que tenham assistido à Laranja Mecânica (foto 2) e tenham ido além das cenas de violência em sua compreensão do filme. De certa forma, a crueldade e brutalidade fazem muito sucesso por termos acesso a esta sem sentirmos a culpa de a termos cometido. Não podemos cometer certas atrocidades que lemos nos contos de Edgar Allan Poe, por exemplo, e por isso nos confortamos em sentí-la através de seus contos. Talvez por isso vejamos tantos exemplos de violência surtindo efeito, salientando que o próprio criador da obra usa deste artifício para nos atrair.
Sendo assim, deixamos agora o espaço ao leitor. Você é um admirador da violência na arte? Ou prefere algo mais soft? Comente, será um prazer ler seus comentários.

9 pitacos:

Sou totalmente contra a violência. Por esse motivo, é claro, nâo tenho o porquê de admirá-la.

Quem admira a violência, permite sua permanência em nossa sociedade.

Admirar uma obra de arte, literária e/ou cinematográfica é uma coisa, admirar a violência, o que essas obras representam, é outra, totalmente diferente.

Abs,
seuanonimo.blogspot.com

Nao pensei q precisasse ser tao explicito, qdo falavamos em admirar violencia me referia a seu uso na arte. Em nossas vidas, mesmo qm a pratica nao assume gostar dela. Consertarei o texto para evitar estas confusoes.

É como diz aquela famosa frase: violência gera violência.
http://analisefc.blogspot.com/

Numa única frase, está resumido o texto :"De certa forma, a crueldade e brutalidade fazem muito sucesso por termos acesso a esta sem sentirmos a culpa de a termos cometido."

A mais pura verdade. No fundo de cada um de nós, sempre mora um vilão, ou criminoso cruel!

Bjs da Diva!

http://quimerasequerelas.blogspot.com/

A violencia e o sexo estão presente em varias obras..talvez isso que me faça gostar de arte..cores,imagens que tornam essas coisas explicitas nos quadros deixam a arte mais cotidiana..

Completamente a favor

Violência e Sexo na arte é traço de todas as obras com inclinação para a polêmica e provocar o público em geral...

Acreedito que tudo depende da qualidade como é mostrado... A violência e o sexo na arte não me incomodam. Nos casos que você citou, até admiro. Não tenho isto na minha escrita! Gostaria de mostrar um pouco mais o lado sádico e sanguinolento do ser humano...
Gostei do artigo!
;D

Citarei mais uma vez o mestre Julio Cortazar: o que vale é o tratamento do tema. A violência faz parte da arte, assim como faz parte da vida. Qual imita qual é outra questão. No cinema, há estilização como em Quentin Tarantino. Quem não se deleita ao ver um policial ser torturado enquanto a câmera em off toca um rock? Eu adorei/adoro. Portanto, saibamos separar as coisas. Jamais quero ver qualquer ser humano ser torturado, mas quando trata-se de cinema,ver quem está sempre no poder sucumbir, é no mínimo catártico!

À propósito, o filme é "Cães de Aluguel". Consegue prender nossa atençao mesmo se passando dentro de um armazém abandonado. Tudo dá errado na trama, menos o filme!

Twitter Delicious Facebook Digg Stumbleupon Favorites More