29/01/2010

Entrevistando Jany Ryoko


No auge da cena rock itambeense surgiram muitas caras novas para se juntar aos veteranos. Jany Ryoko (fotos) faz parte desta geração. Ficou conhecida por integrar a que se pode dizer ter sido a primeira banda de heavy metal em Itambé, que apesar da vida curta conseguiu chamar um pouco a atenção e revelá-la para si mesma. Falamos com ela por e-mail e o resultado você confere aqui e agora no blog.



1 - Fale um pouco de você e sua experiência como cantora para os que ainda não te conhecem.

Chamo-me Janielly dos Santos Lima, sou mais conhecida como: ‘‘Jany’’ e por outros pelo pseudônimo :‘‘Lady Ryoko’’, ou simplesmente Ryoko.

Tenho 21 anos, estou cursando Licenciatura em Química pelo IFPB (Antigo CEFET-PB). Gosto de ciências, gosto muito de estudar, gosto de cantar, assistir desenhos, escrever, gosto de jogos virtuais, gosto da natureza, dos animais. Sou uma garota que valoriza muito o interior das pessoas.

Na música, cantava desde meus oito anos de idade, algumas músicas infantis que todo mundo já cantou.

Aos meus 19 anos me interessei pelo canto de ópera (Minha principal influência em fazer isso, foi quando eu assisti um DVD e vi a ex- vocalista do Nightwish ,Tarja Turunen, interpretando: The Phantom Of the Opera). Mas havia um pequeno problema: Não conhecia nenhum professor de técnica vocal daqui da cidade que trabalhasse com o canto clássico.

Então, através de um amigo que faz estudo de violão, conheci um professor que se propôs a me ensinar canto clássico canto clássico e erudito. Logo no início, meu professor disse que esse ramo do canto não era fácil, e que exigiria um trabalho muito maior do que o canto popular. Tenho muito a agradecer ao menino que me indicou ao professor de canto, e também tenho muito a agradecer ao meu professor de canto que me ensinou muitas coisas, me incentivou a seguir em frente. No decorrer das aulas e da prática, meu professor me classificou como sendo uma soprano-lírico com amplitude vocal de 3,4 oitavas. Um tempo depois, fui convidada para ser vocalista da Soul Sick por Bruno Taffarel.


2 - Você foi vista pela primeira vez como vocalista da banda Soul Sick, em Itambé.

Quais os seus planos para o futuro, já que a Soul Sick acabou?

A Soul Sick me proporcionou um bom crescimento em termos de técnica vocal e experiência ‘’física’’ com o mundo da música.

Tenho muito a agradecer a oportunidade que me deram, e foi através desta, que pude receber muitos elogios, carinho do pessoal que sempre estavam presentes nos ensaios da banda, carinho dos integrantes de outras bandas, e, sobretudo do público que me deu força e incentivo a dar continuidade ao trabalho que estava desenvolvendo junto com a Banda. Pude também sentir na pele as dificuldades enfrentadas pelas bandas de rock daqui da região. Gostaria muito de voltar a cantar numa banda de Metal (que utilize o estilo operístico no vocal). Infelizmente, no momento não estou com tempo disponível para integrar-me a uma banda novamente, pois banda exige tempo, responsabilidade e muita determinação.

Tenho outros projetos em mente, como a dar continuidade a minha carreira acadêmica, desenvolver futuramente um myspace para que outras pessoas conheçam um pouco meu trabalho de canto.


3 - Existe ainda preconceito com relação ao seu trabalho/ estilo de vida? Se sim, como você lida com isso?

Sim, existe. Tudo que não segue o padrão estabelecido pela sociedade, sofre discriminação.

Costumo viver a vida intensamente através da simplicidade e sabedoria, sigo meu caminho. Não ligo com opiniões de leigos. Porque justamente o preconceito, seja ele cultural, racial ou social nasce de uma opinião obsoleta daquilo que desconhecemos (uma espécie de julgamento).

E como diria Carlos Drummond de Andrade: ‘’Fácil é julgar pessoas que estão sendo expostas pelas circunstâncias. Difícil é encontrar e refletir sobre seus erros, ou tentar fazer diferente algo que já fez muito errado. E é assim que perdemos pessoas especiais. ’’


4 - Quais são suas influências musicais?

No vocal: Tarja Turunen (Ex- Nightwish), Simone Simons (Epica), Floor Jansen (Ex-After forever), Ana Mladinovici (Mágica), Vibeke Stene (Ex- Tristania), Anita Auglend, André Matos, Tobias Sammet, Christopher Lee, Amy Lee, Agnes Zaire, Rosana Lamosa, Inva Mula Tchako, Andrea Amorim, Lígia Ishitani (Rosa Íngea), Rebecca Cords (Ex-Aesma Daeva) etc...


5 - É inegável que a cena rock itambeense passa por espécie de hiato, um limbo. A que você atribui esta estagnação e que medidas você sugeriria para acabar com ela?

Esse assunto é delicado. No entanto, deduzo que se houvesse mais união entre os integrantes que querem que o movimento do Rock cresça primeiramente aqui e na cidade, e futuramente para fora. Mas como diria o velho ditado: ‘’Falar é fácil, difícil é fazer’’. É isso... Deveria-se exitir estimulo, apoio, organização e Líderes!


6 - Você gosta de literatura? O que tem lido e o que recomendaria ao visitantes do blog nesse sentido?

Sim, gosto de literatura. Não sou muito de ler livros, mas sempre que tenho algum tempo, leio algum. Prefiro ler poemas e poesias, e também de escrevê-los.

Em se tratando de livros, o último livro que li foi: Assim falava Zaratustra (Frederico Nietzsche), gosto de romances, gosto também de livros que relatem aventura fictícia como, por exemplo, livros de vampiros e outros seres mitológicos, etc...

Recomendaria lerem: Fortaleza Digital.


7 - Recentemente Bruno Taffarel recebeu menção honrosa aqui no blog por seus trabalhos e você conviveu com ele na era da Soul Sick. Como foi essa experiência?

Foi especial. Como havia falado anteriormente, foi através dele que pude participar fisicamente no mundo da música, através da Soul Sick. Tenho boas recordações dos tempos de banda, dele, dos meninos... (Ítalo, Itallo, Ewerton, Fernandinho, Janielson...), do apoio de alguns integrantes de outras bandas, da galera que ia ver os ensaios...

Eram bons tempos....

Sempre lembro de algumas conversas que tinha com Tafa, e ele sempre focava seus planos futuros para a banda, e até alguns planos futuros para sua vida (Diria que a vida dele, grande parte é constituída pela música) com seu jeitinho meio misterioso e engraçado.

É através da música que despertamos para um mundo muito mágico, ao menos quando canto, eu sinto isso fluir em minhas veias, em minha respiração... A música não só é uma forma de arte, mas também é uma forma para nos libertamos de várias inquietudes da alma.

Resumidamente posso dizer que Taffarel é muito esforçado e mesmo diante das dificuldades, usa sua determinação para atingir seus sonhos. Eu o admiro muito!


8 - Deixe uma mensagem para o pessoal que visita o blog.

‘’Não só vence o mais forte, o mais rápido ou o mais inteligente, e sim aquele que acredita que pode vencer. ’’

^^

Fotos: acervo pessoal de Jany. Photoshop na foto 1: Wander Shirukaya

2 pitacos:

Este comentário foi removido pelo autor.

Essa menina é um verdadeiro diamante negro do cenário metálico regional. Já tive a grande oportunidade de escutar o trabalho dela em alguns links pelo youtube a qual a própria havia me passado, foram alguns covers da Simone Simons (Epica) se não me falhe a memória, e realmente o sabor de sua voz me fez reviver, deu sentido novamente a minha vida, suas interpretações foram excepcionais, regadas como sempre de muita segurança, afinação e feeling.
Possui uma personalidade ímpar e uma simpatia fora do comum, é meiga, humilde, carinhosa, solidária e inteligente em todos os segmentos. Seu valor é algo estupendo, uma verdadeira joia rara.
Foi uma das mulheres que mais me chamou a atenção em toda minha trajetória de vida, ela é a verdadeira Diva do Metal, tem um coração puro e inocente e uma alma repleta de sentimentalismo.
Espero um dia rever essa Dama que tanto me fez e ainda me faz sonhar...

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